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     O presidente da Câmara de Santa Bárbara d’Oeste, Anízio Tavares da Silva (DEM), lançou hoje (3) a proposta de se criar no município uma moeda própria, com o objetivo de incentivar o comércio da cidade e, ao mesmo tempo, evitar a evasão de divisas para cidades vizinhas, fazendo com que o dinheiro circule mais dentro do município, gerando renda e estimulando a economia local.

     Essa experiência proposta pelo democrata já vem dando resultados positivos em pelo menos três municípios brasileiros com características parecidas com as de Santa Bárbara d’Oeste que perde, segundo ele, cerca de 30% da arrecadação para cidades vizinhas porque as pessoas preferem realizar suas compras fora. A ideia é que com o lançamento da moeda local a cidade possa recuperar essa perda de arrecadação, como aconteceu nos municípios onde a ideia foi implantada.

     “Por Santa Bárbara enfrentar esse mesmo problema de a população gastar em cidades vizinhas, tivemos essa ideia de propor o lançamento de uma moeda própria, o que incentivaria a população a movimentar seu dinheiro dentro do próprio município”, explicou Anízio, lembrando que nos locais onde a moeda foi implantada as pessoas têm desconto de, no mínimo, 10% no valor da compra de mercadorias no comércio. Ele exemplificou que se um produto custar R$ 1,00, com a moeda própria esse mesmo produto sairia por R$ 0,90.

     Para tentar viabilizar sua proposta, Anízio promoveu hoje na Câmara uma reunião com os gerentes de relacionamento do Banco do Brasil, Renato Mamede Neto e Jorge Luiz Sbruzzi Portela, de Piracicaba e Santa Bárbara d’Oeste, respectivamente, para tratar sobre o assunto, uma vez que a instituição financeira é que está apoiando esse projeto nas cidades de São João do Arraial (PI) e Conjunto Palmeiras na periferia de Fortaleza (CE). No Rio de Janeiro, a cidade de Silva Jardim terá sua moeda própria até o final do ano.

     Os representantes do BB consideraram, em princípio, uma boa ideia e informaram que irão entrar em contato com as agências desses municípios para obter informações de como é o funcionamento da moeda própria. “Vamos estudar para ver o que o Banco do Brasil pode ajudar”, afirmou Renato Neto.
Anízio Tavares também levou sua proposta ao conhecimento do presidente da Acisb (Associação Comercial e Industrial de Santa Bárbara d’Oeste), José do Carmo Freitas, que em princípio achou a ideia boa, mas revelou que quer ter mais conhecimento e informações sobre o projeto.

     Se a ideia vier a dar certo na cidade, Anízio já tem inclusive alguns nomes para dar à moeda barbarense. Uma das propostas seria Romi-Isetta, em homenagem ao primeiro carro nacional fabricado no município. Outro nome seria Margarida, em homenagem à Dona Margarida da Graça Martins, a fundadora da cidade.

     Em São João do Arraial (PI), a moeda local leva o nome de Cocal e é aceita por 98% dos comerciantes, segundo informações do prefeito da cidade, Francisco Limma (PT). Em Conjunto Palmeiras (CE), a moeda chama-se Palma. Na cidade de Silva Jardim (RJ), a moeda recebeu o nome de Capivari e deve entrar em circulação até o final deste ano.